quarta-feira, 6 de julho de 2011

Saudade é não saber.

Não saber mais se ele continua se gripando no inverno.
Não saber mais se ela continua cortando o cabelo todo mês. 
Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. 
Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. 
Não saber se ele tem comido frango de padaria. 
Se ela tem assistido as aulas de inglês. 
Se ele aprendeu a entrar na Internet. 
Se ela aprendeu a estacionar entre dois carros. 
Se ele continua fumando Carlton. 
Se ela continua preferindo Coca-Cola. 
Se ele continua dançando, se ela continua sorrindo, se ele continua bebendo, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. 
Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. 
Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

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